A gente nasce, a gente corre e a gente morre. Passa tudo tão ligeiro pelas telas da vida que nem dá tempo de olhar para o lado. As telas são janelas. O mundo está lá fora. Você dá um tchauzinho para ele, mas não o toca. E não se toca (a não ser quando mandam nudes).
Chega depressa. Chega de pressa!
Pelo menos, tem hora que chega. Que é preciso desapressar. Parar e pensar. Se for possível, é claro, porque a vida não para nem espera quem fica para trás. No entanto, nos angustia a sensação de que estamos sempre perdendo algo, que precisamos apressar, correr. O mercado pede isso e quem não o segue, dizem, é mortalmente flechado por uma uma linha de gráfico descendente.
Mas a vida não é só o mercado, sempre apressado. A vida é aquilo que mata e que morre em torno dele, por ele, por causa dele, apesar dele. A vida é o som e a fúria. É indomável. E chega um dia em que ela também para. Para todos.
A minha proposta de Desapressar, não é apenas para ver a vida passar.
Desapresse para pensar sobre a vida e aquilo que dela não basta. Pensar é transcender e transgredir. Racionalmente, pero sem dispensar o intuitivo que é sempre atropelado pela pressa do mercado e das múltiplas telas que nos sugam.
Desapresse para pensar e para sentir. Desapresse para saber como agir (ou fugir, porque há períodos em que é preciso).
Desapressar é conversar, trocar ideias. Eu dou uma para você, que me oferece outra. E nos somamos.
Desapresse para ouvir o outro. Conhecer erros e acertos próprios e impróprios.
Desapresse para falhar e, como diria Beckett, falhar de novo e falhar melhor.
Desapresse para rir. Do sorriso à gargalhada. Os desapressados têm mais humor, porque olham com mais atenção. A ironia é mais precisa. Mesmo a melancolia e os desgostos são mais intensos. Porque mais sentidos e mais pensados. Fazem parte do pacote da vida, que se desembrulha tanto em risos quanto em lágrimas.
Eu desapressei para vir aqui e conversar com você sobre tudo ou quase. Daquilo que me toca o cérebro e o sentimento. Emoção e reflexão que compartilharei com aqueles que se permitirem desapressar um pouquinho e chegarem até aqui neste ínfimo pedaço do imenso universo (o que já é quase um milagre, convenhamos, que alguém com inúmeras escolhas, atrações e distrações chegue até aqui, desapressadamente).
Este não é um blog de autoajuda. Porém faço com o objetivo também de ajudar quem me visita, mesmo que, de vez em quando, dê uma atrapalhadinha nas ideias e certezas do visitante, pois sou feito de muitas interrogações. Mas ajudo. Primeiro a mim mesmo, tentando ordenar as ideias e os sentimento, desapressadamente, para compartilhar com você. Talvez isso o ajude também. Tomara. Se acontecer, passaremos bons momentos juntos, íntimos de razão e emoção. Se conseguir essa cumplicidade, ficarei duplamente contente.
Mas você também pode ajudar sugerindo temas, livros, músicas, filmes, imagens, lugares, pessoas ou pensamentos. Trocaremos ideias e emoções. Desapressados.
E tem essa página do autor da Amazon também.
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